COMUNICAÇÃO NA FAMÍLIA 2ª PARTE


2.COMUNICAÇÃO HONESTA

No texto lido, o Apóstolo menciona: “fale cada um a verdade com o seu próximo “oferecendo oportuna orientação quanto à comunicação sincera, honesta, autêntica”. É lamentável constatar que muitos filhos aprendem a mentir com os pais. E em casa, onde todos se conhecem e até identificam o “ponto fraco” do outro, a honestidade precisa ser levada muito a sério. Há muitas crises conjugais (e familiares) que são geradas pela ausência de sinceridade entre os membros da família, onde se percebe literalmente que “a mentira tem pernas curtas”.
A família precisa ter um relacionamento transparente, onde todos se amam e praticam a verdade. É lógico que não se pode confundir franqueza com aspereza ou intolerância. Recomenda o Apóstolo: “a vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”  (Cl. 4.6). Mas, ensina Jesus, seja o vosso falar SIM, SIM e NÃO, NÃO.

3. COMUNICAÇÃO RESPEITOSA.

Em seu poder criativo, Deus imprimiu caracteres e impressões distintas em cada pessoa. Não existem duas pessoas iguais. Podem ser gêmeos, parecidos, semelhantes: não iguais. Isso significa que cada um tem uma digital de personalidade que o distingue de todos os demais. E cada um precisa ser respeitado. Responsabilidades e compromissos domésticos exigem a participação de todos. Mas, os direitos pessoais de cada um também precisam ser preservados. Consideração e respeito são necessários à boa convivência. É recomendável, por exemplo, que os membros da família se respeitem quanto à privacidade de cada um, pois os pertences individuais compõem um pequeno mundo bastante particular de cada pessoa; também que todos considerem a idéia própria de cada um: "cada cabeça uma sentença"; todos têm o direito de emitir a sua opinião e defender a sua idéia.
Portanto, é preciso saber (e aprender) a respeitar as diferenças, evitando agressões verbais e imposições autoritárias que ferem a individualidade de cada um. Na escola do lar, uns aprendem com os outros e crescem juntos, em comunicação franca, aberta, mas respeitosa (Ef 4.29).

4. COMUNICAÇÃO MÚTUA

Em casa, cada um deve se interessar pelo problema do outro, dispondo-se a ouvir, a compartilhar, sabendo concordar e discordar, visando sempre o bem-estar de toda a família.
A realidade da comunicação doméstica se faz em ambiente de mútua confiança. Sem confiança o lar correrá sérios riscos. Por exemplo: filhos criados por pais que não confiam neles, crescerão inseguros; esposas que vivem desconfiadas tomar-se-ão neuróticas; maridos ciumentos denunciam a sua insegurança, etc. Tudo isto tende a abalar a comunicação familiar, que precisa acontecer com bastante confiança mútua.
Também no lar, todos devem se dispor a ouvir. Comunicar não é apenas falar, mas também, e, principalmente, ouvir. Muitas vezes o que ocorre é o monólogo - apenas um fala e todos se contentam em ouvir. Há muitos que “tem ouvidos, mas não ouvem”. E a Palavra de Deus apresenta vários textos que salientam a importância do silêncio para ouvir (Pv. 10.19; 17.27,28; Tg. 1.19).
Isto implica em ganhar o tempo uns dos outros, cultivando um diálogo construtivo com todas as pessoas da família. Mesmo as críticas (que sempre devem ser construtivas) implicam em uma análise com todos os envolvidos, de forma que cada um possa falar e ouvir. Então, é preciso perguntar: “Quanto tempo estamos dedicando à convivência familiar”?

5. COMUNICAÇÃO AMOROSA

O amor é um dos principais ingredientes da comunicação. É preciso permear cada gesto, cada palavra, cada atitude, comunicando o verdadeiro amor.
Muitas expressões bíblicas advertem quanto ao amor em todos os nossos relacionamentos (1 Co. 13.4-7; I Jo. 3.18; 4.21). Também ensinou Salomão: “a resposta branda desvia o furor; mas a palavra dura suscita a ira” (Pv 15.1). “Não se ponha o sol sobre a vossa ira” - recomenda Paulo (Ef. 4.26). Ao invés de se comunicar com dureza, rancor e ira, em todos os relacionamentos deve haver uma comunicação de amor, que é a característica dos discípulos de Jesus.
No entanto, o amor não pode ser teórico; atos concretos expressam o amor entre os familiares: carinho, afeto, abraços e beijos; tempo, atenção, interesse, convivência, diálogo, doação, etc., são exemplos vivos que testificam a comunicação amorosa.
Certamente, tudo o que foi dito reveste-se de diretrizes cristãs e compõe a vida de amor e adoração. Em nossos relacionamentos podemos ou não estar cultuando o Senhor. É recomendável salientar a importância de se viver à vida de Cristo em nosso lar. Isto reforça a nossa comunicação familiar. A comunicação familiar pode, e deve ser uma comunicação cristã. Tem sido assim em sua casa?

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