DEUTERONÔMIO 6. 4-8
Ouve,
Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois,
o Senhor
teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E
estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as intimarás a
teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão
por testeiras entre os teus olhos.
Introdução
Se alguém viajar pelo Brasil de norte a sul, de leste
a oeste - observará que quase todos os povoados e cidades possuem templo (casa
de adoração).
Isto significa que o ser humano tem sentimento
religioso, ou seja, desejo de adorar.
Sabe-se que o templo é um local importantíssimo de
adoração, porém, pode-se adorar nas residências, nos locais de trabalho, em
viagens, pois, Deus é Espírito, e pode ser adorado onde estiver o adorador. O
fundamental é que essa adoração seja em espírito e em verdade.
É oportuno rememorar que a palavra HOMEM em seu significado
original significa: “aquele que olha para cima”, isto é, aquele que tem o
desejo de adorar, de cultuar.
O culto objetiva aprofundar, através de seus atos, o
relacionamento do homem com Deus.
Observa-se que nos primeiros dias da Igreja cristã os
servos de Deus se reuniam em lugares diversos, no templo e de casa em casa. Pretendemos
abordar a importância do culto no lar, ou seja, a adoração em família.
São muitas as dificuldades que atingem as famílias atualmente.
No presente estudo a ênfase está na realização do culto na família.
Sabe-se que o corre-corre diário, quando cada membro
da família possui os seus compromissos e estão constantemente ocupados no
desempenho de várias tarefas, torna-se difícil a prática do culto doméstico e
individual. Outras situações desagradáveis dificultam a plena realização do
culto na família, especialmente alguns ruídos ocasionais ou periódicos.
O culto doméstico tem sido motivo de bênçãos para
todas as famílias que o praticam, auxiliando na edificação espiritual, pois, o
lar, como a primeira escola, tem sido um lugar de inspiração e adoração.
Pergunta-se: É possível a família moderna realizar com eficácia o culto no lar?
O que pode ser feito para que o culto doméstico seja uma realidade diária em
nosso lar?
Panorama Bíblico
1. O que contribuiu de modo
significativo para o pleno desenvolvimento da carreira cristã e ministerial do
jovem Timóteo? (II Tm. 1.5).
2. O que Jó realizava entre os seus familiares,
e com que propósito? (Jó. 1.4, 5)
3. Que ensino precioso se aprende no lar de
Maria, mãe de João Marcos? (At.
12..12)
Reflexões Práticas
Vejamos o que a Bíblia tem para nos instruir a respeito
do culto na família, que é um assunto necessário e relevante ao bem-estar de
todos.
1. O CULTO NA FAMÍLIA É PRÁTICA
INSPlRADORA NAS ESCRITURAS
O texto-base mostra, nos vv. 6 e 7, que o Senhor Deus
está orientando a transmissão dos Seus mandamentos aos membros da família, e
que isso seja feito de modo freqüente, ou seja, "assentado em tua casa,
andando pelo caminho, ao deitar-te, ao levantar-te ". Os pais têm a
responsabilidade de transmitir aos filhos os ensinos da Palavra de Deus, sendo
que o culto na família é um mandamento propício para o cumprimento desta
recomendação.
É conveniente recordar que os primeiros cristãos se
reuniam nas residências (At. 2.46; 5.42; 12.12). É admirável nos registros
referentes à igreja primitiva a expressão: "A igreja que está em tua
casa" (Rm. 16.5; ICo. 16.19). Eles
entenderam este mandamento. Transformando seus lares em um local de adoração a
Deus. Vale a pena registrar que o crescimento da Igreja em alguns países tem
como uma de suas causas à reunião do povo de Deus nos lares.
Será que as famílias cristãs estão atualmente
cumprindo esta recomendação do Senhor? Aqueles que amam a Deus e são Seus
filhos, precisam obedecer os Seus
ensinamentos. A negligência quanto à prática do culto na família tem trazido
prejuízos. Por conseguinte, todo esforço precisa ser feito para que cada
família se transforme numa Igreja, afim de que se possa dizer: "A Igreja
que está em tua casa".
2. O CULTO NA FAMÍLIA É PRÁTICA QUE
REQUER AÇÃO CONTÍNUA
Percebe-se no texto em foco que a orientação é no
sentido de se comunicar (inculcar) os ensinos sagrados aos filhos em todo o
tempo. Os pais precisam falar aos filhos dentro de casa, durante as viagens, à
noite e até pela manhã. Esta é a idéia do v 7. A adoração a Deus em
família deve-se constituir em uma ação ininterrupta. Esta prática contínua pode
ser exercida por todos os membros da família, e de várias formas. Antes, ou
depois do culto doméstico, cada membro da família precisa ter a sua hora
tranqüila (Hora devocional), isto é, o seu culto individual.
Os sacerdotes estavam incumbidos, por lei, de acender
fogo sobre o altar, que deveria permanecer aceso continuamente (Lv. 6.12,13).
Portanto, a ênfase recai sobre um estado de culto a
Deus, e não apenas em se ter determinados momentos de culto, pois este não pode
terminar na vida do cristão “o qual vive para cultuar a Deus continuamente”. É
muito importante a existência de um horário apropriado para o culto em família.
Porém, o mais importante é o servo de Deus possuir uma vida de culto a Ele, a
cada instante e em todos os lugares e circunstâncias. Não basta ter apenas
momentos de comunhão com Deus no lar, sem demonstrar os seus efeitos no
dia-a-dia.
3. O CULTO EM FAMÍLIA É PRÁTICA QUE
RESULTA EM BENEFÍCIOS
É bom lembrar que os mandamentos do Senhor, quando
cumpridos de modo integral e contínuo, redundam em benefícios para os seus
praticantes. Vejamos alguns desses benefícios que o culto na família
proporciona:
a) Conhecimento da Palavra de Deus. O culto atualiza a Palavra que incentiva a sintonia
das pessoas com Deus. Hoje se percebe que muitos possuem pouco conhecimento
Bíblico. Por meio do culto na família haverá maior conhecimento da Bíblia, pois
esse é um momento adequado para essa finalidade. Há diversos devocionários úteis
à realização do culto na família, mas, a Bíblia é insubstituível, e precisa ser
mais conhecida e amada por todos.
b) Crescimento espiritual. O apóstolo Pedro recomenda o crescimento na graça e
no conhecimento da Palavra do Senhor (II Pe. 3.18). Os momentos de culto são
ocasiões sempre oportunas para que o desenvolvimento espiritual seja manifesto
(I Tm. 4.15).
c) União familiar. O culto da família precisa ter sempre um aspecto
agradável para unir os membros seus e, não, para dispersá-los. Não deve ser demorado,
mas não apressado. Quando há crianças, elas precisam ser contempladas com
oportunidades para oração, leituras Bíblicas, cânticos, etc.
d) Evangelização. E ocasião em que os pais estarão evangelizando os
filhos e vice-versa. Os visitantes e serviçais que porventura estiverem na
residência na hora do culto, terão a oportunidade de ser alcançados para
Cristo. O lar, como extensão da Igreja, é sempre um local propício para a
evangelização. Muitas Igrejas que existem hoje tiveram a sua origem em reuniões
promovidas nos lares.
e) Resoluções de problemas. É oportunidade para se compartilhar experiências com
lições úteis para resolução de dificuldades. Na família os problemas são quase
uma rotina. Alguns membros erroneamente procuram as soluções que não são as
mais corretas. Por meio do culto doméstico a família possui a feliz
oportunidade de colocar aos pés do Senhor os seus problemas, na certeza de que
Deus apresentará a melhor solução no tempo oportuno (Sl. 25.12; I Pe. 5.6,7).
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