Baal
foi foi um mito importantíssimo por muito tempo nas terras de Canãa. Desde
a década de quarenta, a arqueologia tem possibilitado conhecer cada vez mais
sobre os povos antigos do oriente, principalmente o povo cananeu e sua
religião. Descobertas arqueológicas no local da antiga cidade de “Ugarit”
mostraram centenas de placas de barro pertencentes à biblioteca do templo de
“Ras Sharma”. Esses textos religiosos provam que a oposição contra a qual a
tradição de Moisés teve que lutar não era uma simples aglomeração de pequenos
cultos de fertilidade presididos por insignificantes deuses e deusas, mas, pelo
contrário, um dos mais elaborados sistemas religiosos do mundo antigo. A
religião dos cananeus já era bem difundida e já estava estabelecida na
Palestina antes da conquista israelita. Era uma religião com ritos bem
elaborados e se identificava com os interesses de uma população agrícola. A
religião dos cananeus era identificada com a natureza e tinha por objetivo
ensinar os homens a cooperarem e a controlarem o ciclo das estações.
História Mitológica.A
história de Baal começa com a batalha entre Baal e “Yam-Nahar”, o deus dos
mares e rios. Ela está contada em pequenas tábuas que datam do século XIV aC.
Baal e Yam viviam ambos com “El”, o Sumo Deus cananeu. No conselho de El,
Yam exige que Baal lhe seja entregue. Mas, durante a batalha, usando duas armas
mágicas, Baal derrota Yam e está para matá-lo quando “Asherah” (esposa de El e
mãe dos deuses) diz que é desonroso matar um prisioneiro. Baal envergonha-se e
poupa Yam. Nesta batalha, Yam-Nahar representa o aspecto hostil dos mares e
rios que ameaçam constantemente inundar a terra, enquanto Baal, o deus da
tempestade, torna a terra fértil.
Em outra versão, Baal mata o dragão de
sete cabeças “Lotan”, chamado em hebraico de “Leviatã”. Em quase todas as
culturas, o dragão simboliza o latente, o oculto e o informe diferenciado;
portanto, com um ato verdadeiramente primitivo, Baal interrompeu o retorno à
informidade primal. Por essa razão, é recompensado com um belo palácio,
construído pelos deuses em sua honra. No início da própria história da
religião, portanto, a criatividade é vista como divina. E na verdade nós ainda
usamos essa linguagem religiosa para falar da “inspiração criadora”, que refaz
a realidade e traz novo sentido ao mundo. Assim acontece nas artes plásticas,
na música, na literatura, no trabalho, nas relações humanas…
Mas Baal sofre uma inversão: morre e
tem que descer ao mundo de “Mot”, o deus da morte e da esterilidade. Quando
sabe do destino de seu filho, o Sumo Deus El desce de seu trono, veste uma
tanga e retalha as faces, mas não pode redimir o filho. É “Anat”, irmã e amante
de Baal, que deixa o reino divino e vai em busca dele, na verdade sua alma
gêmea, desejando-o, segundo o texto das tábuas, “como uma vaca deseja o seu bezerro e
uma ovelha o seu cordeiro”. Encontra o seu corpo, e então prepara e
oferece aos deuses e homens um banquete fúnebre em sua honra: pega Mot, abre-o
com sua espada, divide-o, queima-o e tritura-lhe “como milho”, antes de
semeá-lo ao chão. É assim que Baal se torna o deus do vento e do clima. De
acordo com o baalismo, era ele quem enviava orvalho, chuva e neve e,
conseqüentemente, quem dava fertilidade para a terra. Os cananeus acreditavam
que era por causa de Baal que, ano após ano, a vegetação retornava após a
estiagem, as fêmeas dos animais tinham inúmeras crias e as mulheres davam
filhos e filhas para seus maridos.
Histórias
semelhantes são contadas sobre as outras grandes deusas – Inana, Ishtar e Ísis
– que buscam um deus morto e dão vida nova ao solo. Os cananeus estabelecem,
entretanto, que a vitória de Anat deve ser perpetuada, ano após ano, em
comemoração ritual. Mais tarde – não podemos saber ao certo como, pois as
fontes são incompletas – Baal é trazido de volta à vida e devolvido a Anat. É
uma apoteose de realização, inteireza e harmonia, simbolizada pela união dos
sexos. E era celebrada numa grande festa, na antiga Canaã, com rituais
bacanálicos, envolvendo sexo ritual, incesto e serpentes… não admira que, no
texto bíblico do Antigo Testamento, o povo de Israel seja admoestado a manter
distância das práticas do povo de Canaã…
Assim,
ao imitarem os seus deuses, aqueles homens e mulheres acreditavam partilhar a
luta deles contra a esterilidade e asseguravam a criatividade e a fertilidade
do mundo. Mas a morte de um deus, a sua busca pela deusa e o posterior retorno
triunfante à esfera divina eram temas religiosos presentes em muitas culturas
antigas. Daí a completa originalidade da muito diferente religião do Deus Único
adorado pelos hebreus. Uma novidade radical e inteiramente estranha, que exigia
ascetismo, trazia regras de conduta moral e, mais do que isso, solicitava uma
entrega amorosa. Uma proposta para um novo modo de vida, enfim; surgida num ambiente
completamente hostil e que não conseguia compreendê-la. E que mesmo contra o
tempo e todas as probabilidades naturais, superou tudo e todos e subsiste até
os nossos dias.
Para entendermos melhor, vamos ver sobre Baal na bíblia e
na demologia.
Arqueologia e a
Bíblia. Baal
é descrito como um deus semita e era adorado pelos Cananeus e Fenícios. Baal
significa “O Senhor”, que deliberou sobre o alto deuses montados sobre o santo
monte do céu. (Como uma redação: este não é um ponto absolutamente claro. El ou
Elohim era realmente o pai Deus dos deuses em Cannon. El foi convidado para
ajudar Baal quando ele foi morto por Mot, deus do submundo. El não pôde
impedir a morte de Baal, mas Baal foi renascido) Baal era principalmente um
deus do sol, chuva, trovões, fertilidade e da agricultura e, em algum momento,
ele ultrapassa o deus da água, Yam. Baal é o filho do deus Dagan ou Dagon,
outro deus Cananeu semita. Foi este “deus do grão”, que permitiu a ser Baal
renascido. Originalmente, o deus semita Hadad – também chamado de Baal –
foi venerado por Arameus que trouxeram o seu culto a outras partes do
Mediterrâneo.
Na Demologia Cristã. Baal Rafar é um demônio. De acordo com o demonologia cristã, Baal (“Bael geralmente
soletrado” neste contexto; há uma possibilidade
que as duas figuras não estão conectadas) estiveram classificadas como o
primeiro e rei principal no inferno, governando sobre o leste. De acordo com
alguns autores o Baal é um duque, com as sessenta e seis legiões de demônios sob seu comando. O termo “Baal” é usado em várias maneiras no antigo
testamento, com o significado usual do mestre, ou do proprietário. Veio
significar às vezes o deus pagão local de um pessoa particular, e ao mesmo
tempo todos os ídolos da terra. Igualmente encontra-se em diversos lugares no
Baalim plural, ou em Baals (Juízes 2:11 , 10:10). Havia muitas variações,
tais como o deus de sol, o deus da fertilidade, e Beelzebuth, ou o “senhor
das moscas”.
Durante
o período inglês do Puritano, o Baal foi comparado a Satanás ou
considerado seu assistente principal. De acordo com Francis Barrett, tem o
poder de fazer aqueles que o invocam de forma invisível, e para alguns
demonologistas, seu poder é mais forte em outubro e segundo algumas fontes,
pode fazer povos sábios, de terem problemas de voz (com um tom vocal
caracterizada pela fraqueza da intensidade e excessivo soprosidade), e carregar
cinzas em seu bolso. Enquanto seu antecessor semítico foi descrito como um
homem ou um touro, o demônio que o Baal assumia, na tradição dos grimórios,
a forma de um homem, de um gato, de um sapo, ou de combinações destes. Uma
ilustração do livro Dictionnaire infernal (Dicionário do Inferno),
de Collin de Plancyem 1818 colocou de forma curiosa, as cabeças
das três criaturas em um jogo dos pés da aranha.
A
ideia do Baal como um demônio foi criada quando a cristandade transformou
deuses antigos em demônios e o demonologia dividiu assim, a população demoníaca
do inferno em diversas hierarquias. O Baal, deus Semita, não escapou,
transformando-se em uma entidade separada do Beelzebub. Mas na verdade desde
muito antes do cristianismo já existe referência sobre Baal, nos escritos
judáicos antigos, por exemplo no livro dos Reis. O profeta Elias propõe um
combate contra os profetas de Baal e segundo o Livro os derrota a todos com
fogo enviado dos Céus por Deus.
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