É sempre perigoso exercer o ministério com a reserva
baixa. O líder deve sempre estar fazendo um auto avaliação para verificar como
esta sua reserva. O ideal é trabalhar com o “cálice transbordando - tanque
cheio” (Sl. 23).
I) QUANDO A RESERVA ESTA BAIXA
1. É fácil para líderes ficarem fora de
forma espiritualmente. Eles gastam logo sua estamina espiritual em
longas horas de pregação, ensino e aconselhamento e têm pouca reserva disponível
para manter em forma sua vida interior.
2. Quando fazemos de conta... O perigo
de o líder sentir a obrigação de fingir certa piedade, pois é o que
se espera - o que John Henry Jowett chamava de “ser professores mas não
peregrinos”. Sabemos que quando tentamos agir sem energia espiritual, como
trabalha na serraria com uma “serra sem corte, cega”. Debatemo-nos entre o
jeito que as coisas são e o jeito que deveriam ser. E logo o impacto do
ministério nos deixa de novo atordoados, e aumenta o nosso desânimo de alma.
Sem jamais termos sido acesos, acabamos “queimados”. O ministério, desta forma,
se torna uma mera responsabilidade a ser cumprida, ou um emprego frustrante que
pode ser facilmente descartado quando a carga fica pesada demais.
3. A chama da devoção pode apagar. Quando a
chama da devoção está quase se apagando, a performance do líder
mergulha para níveis chocantes. Cada tarefa requer esforço demais. Um acúmulo
de canseira vai corroendo a alma do líder, sabotando seu ministério e esfacelando
seu conceito de si mesmo. Assim o ministério vai morrendo, morte lenta e
miserável, e acaba enterrado sob uma lápide onde se lê: “Não tive visão porque
me esqueci que Jesus podia me ajudar”.
4. Vazio x tentação.O vazio espiritual na vida
do líder desencoraja-o e facilmente o
leva cair em tentação. Um aviso de alerta vem de Alexander Solzhenitsyn: “O
significado da existência terrena não se encontra, como temos sido educados a
entender, na prosperidade mas no desenvolvimento da alma”.
5. Saber e pregar, não é suficiente... Não
basta saber e pregar que o bom condicionamento espiritual produz a melhor
qualidade de vida, é necessário viver. Por alguma razão
estranha, os lideres muitas vezes compartimentam a vida profissional da fé
pessoal de tal forma que uma não pode suprir a outra.
6. Um robô religioso. O perigo de o líder
funcionar como um robô religioso, ao invés de ser um líder carinhoso. Logo
ele se vê sem raízes, com excesso de atividades, reacionário e amedrontado.
II) TODAS AS ÁREAS TECIDAS AO REDOR DE CRISTO.
1. Desenvolver a vida interior ajuda-nos a
lembrar que Deus pretende que todos os aspectos de nossa vida e
ministério estejam intrincadamente tecidas ao redor de Cristo. Este
enfoque é para o nosso próprio desenvolvimento bem como para um ministério
vibrante. A fim de desenvolver uma vida bonita o Pai nos concede perdão, graça,
esperança, amor e fé. Ele deseja que a vida e o ministério sejam entrelaçados
de significado, valor e beleza.
2. O princípio da renovação enquanto serve. O
ministério deve servir a outras pessoas, mas também nutrir a interioridade
pessoal do líder.
3. Um processo satisfatório de mão dupla. O
ministério desenvolve o líder no mesmo instante que ele se ofereço a outros.
Precisamos entender que pregar é lidar com a matéria-prima da fé; desta forma,
quando pregamos grandes verdades da Escritura, somos moldados por elas ao mesmo
tempo em que Deus as utiliza para dar forma aos outros através de nós.
4. O exercício da liderança espiritual deve abrir
uma bonita janela de oportunidade para aplicar a fé aos mais alegres e aos mais tristes episódios da existência
humana. Tarefas administrativas e responsabilidade de liderança permitem
colocar a fé em prática. Dessa forma, exercer o ministério significa lidar
com recursos espirituais que irão fortalecer nossa alma e solidificar nossa fé.
5. Crescendo como líder através do
desenvolvimento de discípulos e do trabalho de ganhar almas, para atingirmos a
estatura de Cristo.
6. Como um cozinheiro-chefe preparando uma
refeição podemos usufruir de oportunidades inacreditáveis de experimentar
comidas saborosíssimas e de engordar minha própria alma.
III) MAXIMIZE AS OPORTUNIDADES DE ENTRAR EM FORMA
ESPIRITUAL
1. Para cultivar uma vida interior sólida, ele
deve ver o ministério como uma oportunidade colossal de desenvolvimento pessoal
espiritual. Embora ele seja obviamente chamado para servir a Deus em uma
congregação, ele vive rodeado de matéria-prima que nutre o seu próprio
crescimento.
2. Cuidado com o verniz religioso. O líder deve
perceber o crescimento espiritual como sendo muito mais que um verniz religioso
usado para ser visto em público. Ao contrário, a espiritualidade deve ser
valorizada como o ingrediente essencial para fazer crescer uma vida de
satisfação que começa no mais profundo centro de nosso ser e se conecta com os
mais minúsculos detalhes da experiência humana. As possibilidades cativantes
que daí resultam, energizam a vida e o ministério.
3. Lembre-se que lidar com as coisas santas e
comunicar idéias bíblica profundas jamais vão nos tornar santos.
4. Liderar eventos religiosos e pregar com
competência não nos tornam piedosos. Tampouco o desenvolvimento espiritual pode
ser pego, como se pega uma gripe, de um companheiro, de um mentor ou de um
membro da igreja. Lamentavelmente, alguns lideres se conformam em ser rasos
espiritualmente embora estejam rodeados de minas de ouro de matéria-prima. É
fácil para eles tornarem-se por demais familiarizados com as provisões sublimes
de Deus.
IV) USE DINAMITE ESPIRITUAL (Examine os fatos e
reavalie as oportunidades).
1. O líder está continuamente exposto a
oportunidades de desenvolvimento espiritual, no dia-a-dia de seu
ministério. Mesmo o líder mais ocupado tem nas mãos dinamite espiritual durante
muitas horas, todos os dias.
2. O ensino e a pregação levam o ministro ao Livro
de Deus - a fonte de oxigênio da saúde espiritual.
3. Os ministros oram pública e privativamente,
muitas vezes e em todo lugar, e geralmente têm oportunidade de ver resultados
sobrenaturais.
4. O aconselhamento e o cuidado no exercício da
liderança os levam bem para o meio da ação espiritual onde podem ver vidas
sendo mudadas, casamentos serem curados e espíritos serem reformados.
5. O desafio é o de usar
mais plenamente estas oportunidades que estão bem ao alcance das mãos para
aproximar mais as nossas almas de Deus.
V) FAZENDO DO MINISTÉRIO MAIS DO QUE UMA
PROFISSÃO.
Não basta a sociedade respeitar o líder, é preciso levá-lo a sério.
1. Hoje, em alguns lugares o conselho de líderes
se parece muito mais com uma reunião profissional de médicos ou de advogados.
Em um ambiente como este, é fácil para o líder espiritual tornar-se
excessivamente profissionalizado, mas espiritualmente subnutrido.
2. É preciso haver equilíbrio entre chamado e
competência, entre profissionalismo e caráter. Ninguém precisa criticar nem
se preocupar com o enfoque profissional se o que se deseja alcançar é
habilidade maior, treinamento, compreensão e aprovação dos demais colegas.
Mesmo o líder mais bem preparado e sofisticado tem de permanecer nas coisas
básicas da fé e do fundamento de que Deus o separou para uma tarefa sublime,
santa - em parceria com Ele mesmo.
3. Para a saúde de sua própria alma, o
ministro deve fazer uso dos ricos recursos da oração, da Escritura e das
disciplinas espirituais. Deve manter sua fé aquecida e afirmativa. Deve
amar a justiça e demonstrar misericórdia.
VI) O PERIGO DE PERDER A ALMA DO MINISTÉRIO.
1. Quando perdemos o coração e a alma do ministério
pelo excesso de profissionalização é porque abrimos mão de coisas
imprescindíveis da fé.
2. O objetivo desejado é o de nos conduzirmos
como profissionais competentes e confiarmos em Deus como servos dependentes.
VII) SIGA UM REGIME RÍGIDO DE BOA FORMA ESPIRITUAL
1. Crescimento de uma vida espiritual
saudável.
Compreendendo
o crescimento de uma vida espiritual saudável através do ponto de vista médico:
a licença para praticar medicina, um profundo conhecimento de farmacologia e
trinta anos de experiência médica não são suficientes para a vida saudável de
um médico. Ele pode exercer a medicina sem ser cuidadoso consigo mesmo. Um
médico saudável deve aplicar as regras de boa saúde a si mesmo, como ele faz
com seus pacientes, ou ele ficará tão doente quanto eles.
2. O médico e
o líder.
Crescimento
espiritual pessoal é absolutamente essencial para o líder, se ele quiser ter a
satisfação de desfrutar um ministério benéfico. O líder deve levar sua boa
forma espiritual a sério, assim como o médico deve dar atenção à sua própria
saúde física. Ele deve aplicar a si mesmo os remédios e sugestões que prescreve
a outros.
VIII) MANTENHA O FRESCOR
A boa
forma espiritual de um líder exige algumas coisas indispensáveis: Encontro com Deus renovadas vezes, em exercícios
de formação da fé tradicionais como oração, leitura da Escritura, jejum,
leituras devocionais, amizades espirituais e vida centralizada em Cristo.
Frescor talvez seja mais importante do que freqüência.
Eugene H.
Peterson, líder de longa data e observador perspicaz do ministério em nossos
dias, compartilha esta observação sagaz:
“Três atos do líder espiritual- orar, ler a Escritura e dar direção
espiritual - são tão básicos, tão críticos, que estruturam todas as demais
coisas do ministério. Além de serem básicos, estes três atos são silenciosos e
feitos, na maioria das vezes, fora das luzes do palco do ministério público. E
por não chamarem atenção para si mesmos, são muitas vezes negligenciados...
Por conta de quase nunca notarem se fazemos estas coisas ou não, e somente
ocasionalmente requisitarem que as façamos, estes verdadeiros atos de líder
espiritual sofrem negligência generalizada.”
IX) CRISTO - A FONTE DE CRESCIMENTO ESPIRITUAL
PARA A VIDA TODA.
3. O crescimento espiritual pessoal ilumina a
visão. O ministério começa a ficar nublado, quando o esforço de liderar faz o
líder fixar-se em tradições vazias e práticas costumeiras e quase sempre não se
preocupa em articular de maneira criativa e nova os preceitos bíblicos.
4. O crescimento espiritual pessoal evita a
"morte interior". O cinismo e
a desconfiança contribuem para criar um clima de suspeita em nossa sociedade.
Esta atitude com freqüência se insinua dentro da igreja e causa o que um
psicólogo chamou de “morte interior” da alma do líder. Quais são os sinais da
morte interior:
5. Quando o líder esta sofrendo um período de
desmotivação crônica prolongada.
6. Quando vive a que está sendo vivida com base
em uma fé artificial.
7. Quando há uma escassez prolongada de
realização.
8. Quando o líder começa corromper as diretrizes
profética da Escrituras.
9. Quando o líder começa a distorcer suas
prioridades.
10.Se o líder quer estar prevenido desta
condição, sua espiritualidade deve ser intencionalmente pessoal e muito mais do
que uma piedade profissionalizada. Fracotes espirituais não servem para líderes
que desejam ser bem sucedidos.
11.O crescimento pessoal espiritual
restaura o equilíbrio
12. O ministério tem muitas expectativas
confusas que se originam de fontes as mais diversas. Todas essas exigências
mutantes facilmente nos tiram o equilíbrio. Prioridades conflitantes nos
rodeiam continuamente. As expectativas também nos confundem - as dos outros, as
nossas, as de Deus.
13. A questão prioridade, deve ser bem
pensada, para haver desenvolvimento da vida interior.
14.Ser e fazer, são suas dimensões
interrelacionadas do ministério. Cada uma delas interage com a outra. A tensão
criativa entre ser e fazer promove o crescimento.
X) COMO DESENVOLVER A VIDA INTERIOR
15.Cultive uma amizade espiritual.
Todo líder tem necessidade de amigo absolutamente digno de confiança a que ele,
voluntariamente, presta contas de sua vida espiritual.
16.Resista à sedução da segurança. Nunca se esqueça que a estabilidade pode nos
levar a mediocridade. Foi necessário que Deus tirasse a igreja primitiva da
estabilidade, para que ela não caísse na mediocridade.
17.Solicite orações dos fiéis. Há
mais gente disposta a orar por nós do que imaginamos. Poderíamos ter mais orações
se pedíssemos, e a maior parte de nós precisa de toda a oração que conseguir
amealhar.
18. Solicite à:
(1) Pessoas que ajudaram a nutrir sua fé.
(2) Pessoas a quem você serviu em tempo de crise.
(3) Pessoas que carecem de atenção.
(4) Pessoas que serviram junto com você.
(5) Colegas de ministério que podem compartilhar
orações.
19. Reavive o carinho pela Bíblia. Permita
que seu encontro com a Bíblia molde cada detalhe de seu ministério. Sincronize
seu pensar com a mensagem bíblica. Leia buscando relevância. Esteja aberto para
novas percepções de sua vida e ministério. Interrogue as Escritura. Caminhe por
entre sua mensagem e significado. Personalize a passagem.
20.Ultrapasse em maturidade suas
próprias frustrações em orar. Lideres como qualquer crente, muitas vezes
sofrem de traumas na área da oração. Como resultado, eles se concentram mais em
seus problemas acerca da oração do que em experimentar as possibilidades que ele contém .
(1) Orações não respondidas acabam se tornando
pedras de tropeço.
(2) Respostas demoradas muitas vezes parecem
desnecessárias, ou mesmo cruéis.
(3) A culpa por não orar mais freqüentemente
persegue muita gente boa.
(4) Preocupações teimosas não podem ser
alteradas.
21. Alegre-se em Deus. Nunca perca isto de vista.
O ministério, por definição, nos torna
parceiros da Onipotência. Mesmo sendo parceiros diminutos , somos importantes,
necessários e essenciais.
22. Faça orações ousadas e aventureiras.
Tutores espirituais e santos da vida devocional, no decorrer dos séculos, tem
alertado os fiéis com relação às orações
que só pedem milagres sem disposição a nenhum esforço em contrapartida.
(1) Você vai ter a paciência testada quando orar
por paciência.
(2) Você terá o encargo de fazer as pazes com
alguém quando orar por paz.
(3) Ore por generosidade e Deus lhe pedirá que
você contribua mais do que jamais contribuiu.
(4) Sermões verdadeiramente poderosos em geral
são frutos de angustia humana ou mesmo de trabalho intenso antes de receberem a
unção divina.
(5) Algumas orações ousadas:
¨ Sonda-me ó Deus.
¨ Quebranta-me.
¨ Alonga-me.
¨ Lidera-me.
¨ Usa-me.
É
impossível uma pessoa orar uma dessas orações e não experimentar um crescimento
surpreendente que levará a um relacionamento interior com Deus ou em sua
expressão exterior de serviço ao Reino. Estas petições produzem realização
genuína nas linhas de frente do ministério.
23. Comprometa-se com auto-cuidado espiritual.
Para cuidar adequadamente de sua boa forma espiritual o líder tem que reduzir
agendas lotadas, pressões de prioridades, expectativas não razoáveis e valores
seculares. O líder deve se conscientizar continuamente de que ele é um
consumidor da graça e não o produtor. A auto-ajuda, não é benéfica somente para
o líder, a congregação também se beneficia.
24. Os benefícios de uma vida interior
rica.
(1) Uma Vida Interior Rica Revitaliza O
Ministério.
(2) A vida interior bonita faz pregar com
poder, paixão e redenção.
(3) A vida interior bonita faz cuidar dos
que sofrem e dos quebrantados, mostrando a eles o Salvador.
(4) A vida interior bonita faz liderar os
adoradores à magnífica presença de Deus.
(5) A vida interior bonita faz edificar
famílias fortes, cuidar com carinho dos casamentos e ver a Igreja como família
de Deus.
(6) A vida interior bonita faz substituir
conversa barata e vazia por realizações sobrenaturais.
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