Todos nós que somos biblicistas sabemos que a
cidade de Jerusalém sempre foi muito importante por ser considerada à cidade
sagrada. Por judeus, cristãos e muçulmanos.
Nasceu a história de que essa fonte possuía águas
miraculosas. Dizia-se que um anjo vinha do céu uma vez por ano, agitava as
águas e o primeiro doente que mergulhasse, seria curado.
Muitas pessoas se aglomeravam aguardando um
milagre. Na verdade uma multidão de pessoas inválidas: cegos mancos e
paralíticos.
Foi construído nessa fonte um pavilhão para abrigar
tanta gente, este possuía um alpendre com cinco pavimentos. O lugar foi
denominado, ironicamente, de Betesda – que em hebraico significa “casa de
misericórdia”.
“Conta-se que muitas famílias, para se verem livres
dos doentes, os abandonavam nos alpendres do tanque de Betesda. Os ricos
compravam escravos para os ajudarem a entrar nas águas.
Alguns alugavam as bordas mais próximas, que
possibilitavam melhor acesso. Todos queriam o seu milagre e, lógico, os mais
abastados, sagazes e famosos, se sentiam perto da graça”.
É óbvio que se os mais abastados ficavam nos
lugares de melhor acesso para entrar na água, os pobres e miseráveis ficavam
sempre no fundo do pavilhão, sempre por último.
Eu sei que é difícil, mas imaginemos a situação: Um
lugar que se acreditava que um anjo descia uma vez por ano, mas ninguém sabia a
data exata.
De repente alguém grita: “o anjo agitou as águas”,
e a confusão estava feita, doentes se jogando por todos os lados na tentativa
de ser o primeiro a entrar, e novamente aconteceu que, ninguém sabe ao certo
quem foi o primeiro e, portanto, não houve cura. Mais um ano de frustração.
As pessoas afirmavam que o anjo descia até o tanque
anualmente, mas ninguém sabia a data exata. Irrequietos, os doentes mais hábeis
saltavam, esporadicamente, para se anteciparem ao anjo. A confusão era
constante. Os que se sentiam melhor corriam pelos corredores gritando “aleluia”
e outros, nervosos e frustrados, desmentiam os milagres. Vez por outra,
levantavam-se profetas prevendo o dia preciso em que o anjo visitaria o local.
A passagem de Jesus pelo tanque de Betesda
aconteceu num sábado, o dia sagrado dos judeus, porque ele tinha um propósito:
mostrar que a religião se preocupa, prioritariamente, com a sua estabilidade.
Os religiosos sobrevivem da ilusão e não têm escrúpulos de gerar falsas
expectativas em pessoas fragilizadas.
A Jerusalém do século I a.C. reunia vários
elementos das culturas anteriores, como babilônicos, persas e helênicos, que as
tinha conquistado. O helenismo profundamente difundido pela alta sociedade
encontrava forças nas suas bases culturais principalmente quando estava
relacionado à cura de doenças, estas eram entendidas pelos povos semíticos como
provenientes de demônios crença essa difundida desde períodos remotos.
Mas, essa piscina, descoberta quando da ampliação
de uma casa no contexto de Jerusalém no final do século XIX, foi escavada em
meados do século XX.
Para surpresa dos arqueólogos, alguns dados vieram
à tona: o primeiro deles é que essa piscina faz parte de um complexo ligado ao
santuário de Serápis (Asclépio) que era o deus associado à cura.
Ela tem muito pouco (pelo menos o que foi escavado)
haver com o ambiente estritamente judaico. Talvez, por isso, Jesus não mandou o
homem mergulhar na piscina; ele o curou ali mesmo na borda.
Este era um santuário do deus da cura, Asclépio, e
parece ter muito mais relação com as guarnições multiétnicas romanas estacionadas
em Jerusalém, o que não quer dizer que ele também não possa ter atendido a
judeus helenizados”.
Foram encontradas no local colunatas do estilo
romano e uma pintura de um anjo agitando as águas que segundo os especialistas
responsáveis pelo achado comprovam que essa pintura é do período dos
imperadores romanos cristãos, fato esse comprovado pelos profissionais químicos
atuais, responsáveis por estudos mais profundos utilizando a técnica do carbono
14.
Os romanos reutilizaram a estrutura e a aumentaram
consideravelmente. Acrescentaram cisternas, bancos nas salas cobertas e,
possivelmente, um altar para sacrifícios. O lugar era claramente um santuário
onde se tomavam banhos de cura, sob a proteção de Serápis*, como mostra as
peças arqueológicas descobertas.
Afrescos murais representando a cura; ex-voto
comemorando as duas funções de Serápis (curas e salvamentos no mar); moedas
reproduzindo a efígie de Serápis e da deusa Hígia, filha de Esculápio; uma
representação mostrando Serápis como serpente com a cabeça de homem barbado.
O Tanque de Betesda ficava localizado próximo a uma
fonte que segundo registros, já tinha a função de abastecimento desde o período
de Salomão como os mapas utilizados pela autora Karen Armstrong. A primeira
menção de ocupação da atual área de Jerusalém, remonta do século X a.C. pelo
povo Jebuseu nesse período não tinha referências de águas subterrâneas a parte
ocupada pelos Jebuseu se resumia a um elevado bem protegido e com a fonte de
Gion.
Contudo, constatamos que, o tanque nada mais era
que uma espécie de “Aparecida do Norte” de sua época. Judeus que acreditavam em
algo obviamente inexistente. O Tanque de Betesda é símbolo do formalismo e
misticismo religioso, onde jazem milhões e milhões de pessoas ao redor de um
símbolo, aguardando que um dia aconteça alguma coisa que os tire desta
situação!
Sobre a Pregação que devemos fazer
Se você passou muito tempo ouvindo e pregando de
forma diferente acerca desse assunto. Nunca é tarde para se corrigir. Levando
em conta que:
1 – O tanque nada mais é do que um lugar religioso cheio
de misticismo e fábulas sobre curas e milagres
2 – O anjo mencionado no vers. 4 (falta este versículo nos melhores Mss. Do original, mas
Tertuliano (145-220 d.C) faz referência a esta tradição). na verdade era
uma crendice do povo religioso e que virou censo comum sem nenhuma comprovação
pelos milagres acontecidos. Claro que pode ser que alguns se diga ter sido
“curado” pois sabemos que o diabo quando permitido por Deus pode realizar tal
feito.
3 – o que
deve ser enforcado na suam mensagem além de fazer essas resalvas é priorizar o
fato, o milagre ter acontecido não pelas água agitada, nem tão pouco pelo anjo
que descia e sim pela palavra de autoridade e poder do Senhor Jesus.
ESDRAS CABRAL DE MELO é
Doutorando em Psicanálise Aplicada da Educação e Saúde. Mestre em Teologia.
Pós-Graduado em Antropologia na UFPE, em Metodologia do Ensino Superior, em
História das Artes e das Religiões e Ensino de História pela UFRPE. Formado
em História e Teologia. Palestrante Educacional e Motivacional na Docência
da Rede Pública de Ensino das Prefeituras e do Estado de Pernambuco.
Escritor, Educador, Historiador e Teólogo. Também Promove Seminários e
Simpósios Relacionados às Ciências Humanas.
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Deus o continue abençoando,dando-lhe sabedoria! Muito bom esse texto!
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