POLÍTICA E FÉ


Por Esdras Cabral de Melo

Nós evangélicos sempre estivemos envolvidos e engajados em obras humanitárias, no entanto, nos faz sentir mal só em ouvir a palavra política. Sempre que a igreja (ou qualquer ramo desta) se envolve com a política pode-se esperar uma onda de protestos. Tanto de dentro, por parte dos membros, quanto de fora. “A igreja não se mete em política”, brada o povo.

Mas, o que é política?

         Num sentido mais amplo “política”, que veio do grego “polis”, tendo a vida da cidade, tem a ver com toda nossa vida em sociedade humana. Política é a arte de viver juntos em comunidade.
        
Em outro sentido mais limitado, no entanto, ela é ciência ou arte de governar a cidade-estado, e deriva do adjetivo politikós, que significa tudo o que se relaciona a cidade, isto é, tudo que é urbano, público, civil e social.

O papel da igreja na sociedade

         A igreja do senhor tem um papel importantíssimo na sociedade, que é mostrar a verdade. Brilhar em meio às trevas. Nós recebemos a missão de orar pelas autoridades (l Tm. 2:2), além de obedecer à lei e os governantes. Não obstante, a igreja precisa encorajar o estado a defender os pobres e os fracos contra os ricos e poderosos (Sl. 82:3), pois devemos combater toda injustiça social.
        
Não podemos, nem devemos continuar omissos a toda idolatria, feitiçaria e imoralidade vendida e explorada pela mídia. Olhar, criticar e cruzar os braços não adiantará de nada. Somos o povo escolhido com grande missão de ser o sal da terra e devemos nos apropriar desta responsabilidade.

A política na bíblia

         A Bíblia, aliás, descreve a história do povo de Deus dentro de um plano religioso e político. Entretanto outros personagens notáveis destacaram-se na política, por exemplo, Moisés, os reis Davi e Salomão, e governadores como José e Daniel. Assim como servo de Deus Neemias que mesmo sobre pressão, sob conduzir o povo, servindo para estes como exemplos de honestidade e temor a Deus (Ne. 5:15).
 

O cristão e a política

         O cristão deve exercer sua cidadania na construção de uma sociedade justa e solidária. Daí ser imperiosa toda campanha que vem despertar o senso global da responsabilidade políticas.
        
Através dos tempos, os discípulos de Cristo procuraram sempre executar com esmero sua missão dentro da sociedade. Entretanto, toda a atuação humana é passível de aprimoramento e cumpre se adaptar a cada contexto histórico. Jesus mostrou que o reino dos céus teria um crescimento como um grão de mostarda (Mt. 13:31-32) e se desenvolveria como fermento na massa (Mt. 13:33).
         Ao crente incumbe levar por toda a parte os valores evangélicos, impregnando a sociedade de bondade, justiça, liberdade, paz e solidariedade. Ser como o apóstolo Paulo “fiz-me tudo para todos para a todos salvar (l Co. 9:22).
        
         Politicamente ele pode ter sua presença ativa onde:
  
·        Associações de bairro;

·      Participar pessoalmente na ação política para aperfeiçoar cada vez a vida da sociedade pelos meios legais e institucionais;

·       Contribuindo pessoalmente na comunidade com o seu testemunho fiel para construção de uma sociedade honesta.


Jesus e a política

         Ele não formou nenhum partido político, não adotou um programa político, nem participou de protestos políticos, não fez nada para influenciar a política de César, Pilatos ou de Herodes.
         Mas num sentido amplo o ministério de Jesus influenciou os homens a fazer um política para o benefício  de todos e não só de uma minoria; tendo ele vindo para participar da vida em comunidade humana; a mesma coisa Ele ensinou os seus seguidores a fazer o mesmo.

         Os seus ensinos consistem em uma vida de mudança no interior do homem, um arrependimento sincero para que ele possa desfrutar dos bens que conta no reino de Deus.
         Por causa da proclamação dos ensinos deste reino, Jesus foi acusado de sedição (Lucas 23). É registrado no Novo Testamento que Jesus quando no meio da multidão e entre seus apóstolos demonstrava sentimentos de compaixão pelo povo, principalmente os mais necessitados, preocupando-se com a fome e o bem estar dos membros; fazendo assim grandes milagres como:
  •      A multiplicação dos pães (Lc. 8:22-25)
  •      A pesca maravilhosa (Mt. 14:13-21)
  •   Cura de vários tipos de enfermidades (nas diversas passagens dos evangelhos)

Elucidava com isso o sentimento de amor pelo próximo,sem distinção de raça, cor ou nível social. É notório que Jesus como bom cidadão, chorou por sua nação (Lc.19: 41-49), sabendo que pelo egoísmo do homem, a recusa de arrependimento sincero, sofreriam danos não só espirituais, materiais também, quando no ano 70 d.C, Jerusalém foi destruída pelo exército Romano.
É válido salientar que Jesus ao ser julgado perante Pilatos, dialogou com ele, confirmando que toda autoridade provém da ordenança de Deus (Jo. 19: 10,11), seja ela cristã ou não.
  •       Pagamentos dos tributos (Mc.12: 13-17)
  •      Sujeição à autoridade (Rm. 13: 1-17)
  •      Respeito às autoridades (Tt. 3:1-2; 1Pe. 2: 13-17)

Na pesquisa e reflexão realizada o assunto dispunha notoriamente que a única exceção para sermos opostos à autoridade, ocorre quando as leis do país conflitam com os ensinos bíblicos.

E para vivermos em um país com leis justas que ampare os necessitados como toda sociedade é primordial trabalharmos os homens por dentro, seu interior, seus pensamentos, sua alma em Cristo. A expansão do evangelismo é uma grande solução. 

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